Antigamente, quando você estava em trânsito e precisava falar com alguém, sua melhor opção era procurar algum orelhão e cruzar os dedos para que a pessoa também não estivesse fora de casa ou do escritório. Em função disso, era muito comum que as pessoas mantivessem listas dos telefones onde podiam encontrar os contatos mais importantes (em casa, no escritório, na casa da avó, etc.) e os famosos recadinhos no estilo “se ver fulano, peça para ele me ligar”, eram comuns.
A primeira geração de aparelhos utilizava um sistema muito simples, comsinal analógico e um sistema de identificação que podia ser facilmente copiado e reproduzido. Isso acabou levando a um problema crônico de clonagem de aparelhos, que acelerou a adoção do CDMA e do GSM, os sistemas digitais usados atualmente. Além de resolverem o problema da clonagem, eles possibilitaram a transmissão de dados baseada em pacotes, o que abriu as portas para o acesso móvel à web. Os celulares deixaram de ser apenas telefones portáteis para começarem o longo processo evolutivo, até se tornarem smartphones.
As primeiras vítimas foram as agendas eletrônicas (lembra delas?), que foram incorporadas aos celulares na forma das funções para armazenar telefones e contatos. As vítimas seguintes foram os PDAs e os Palms, que, ao serem incorporados, deram origem aos smartphones que usamos atualmente, que incluem agenda de compromissos, visualizadores de documentos e outras funções que invadiram até mesmo os modelos mais simples.
Além da questão da integração, os celulares dispõem de uma arma importante, que é o fato de, ao contrário dos palmtops, possuírem conexão com a web. Isso permite que eles ofereçam também navegadores, clientes de e-mail e IM e assim por diante. Os palmtops, que eram tão populares há apenas 3 ou 4 anos, literalmente desapareceram devido à falta de demanda.
As próximas a serem incorporadas foram as câmeras digitais. De uma forma geral, as câmeras integradas aos celulares deixam muito a desejar com relação à qualidade de imagem, devido, sobretudo, à baixa qualidade dos sensores e das lentes usadas, que são justamente os componentes mais caros e importantes em qualquer câmera digital. Lentes baratas, combinadas com sensores de baixa qualidade resultam em imagens lavadas, mesmo que a resolução seja boa. Isso explica por que mesmo aparelhos com câmeras de 3 ou 5 megapixels deixam a desejar em muitas áreas.
Outra vítima, um pouco mais recente, é o mp3player, que também foi impiedosamente incorporado aos celulares. Nada mais lógico, já que todos os aparelhos atuais possuem os circuitos necessários para processar e reproduzir áudio e suportam cartões de memória de até 32 GB, sendo o suporte a MP3 apenas uma questão de software e de interface.
Como brinde, você ganha também a possibilidade de assistir vídeos, incluindo clipes do YouTube e outros sites de compartilhamento, que podem ser tanto salvos usando o PC, quanto acessados diretamente, usando a conexão de dados. Em um aparelho com uma tela razoavelmente grande, você pode até mesmo assistir filmes e séries inteiras
Continuando, os próximos da lista são os navegadores GPS. Hoje em dia, você pode instalar um software de localização como o Google Maps mesmo em aparelhos relativamente simples e conectá-lo via bluetooth a um receptor GPS externo, obtendo assim uma boa solução para localização e navegação. Entretanto, com a queda nos custos dos componentes, cada vez mais modelos estão vindo com receptor GPS integrado e softwares de navegação com suporte a navegação assistida (como no caso dos aparelhos da Nokia com o Nokia Maps). Isso permite que você utilize o próprio smartphone para traçar rotas e se localizar no trânsito, sem precisar de um navegador GPS dedicado
Entre os dois extremos, a designação mais popularmente aceita é que um smartphone é capaz de:
a) Rodar um sistema operacional completo e permitir a instalação de aplicativos nativos (e não apenas widgets ou aplicativos em java);
b) Comunicar-se com o PC via USB e bluetooth;
c) Conectar-se à web via GPRS, EDGE ou de preferência 3G;
d) Rodar um navegador com bons recursos, oferecer um cliente de e-mails, IM e outros aplicativos de comunicação;
e) Tocar MP3, exibir vídeos e rodar jogos.
Dentro dessa designação, todos os aparelhos da Nokia baseados no S60, juntamente com os aparelhos baseados no Windows Mobile e no Android, os BlackBerry, muitos aparelhos da Motorola, Samsung e da Sony Ericson (baseados no UIQ, Windows Mobile ou no S60) e o iPhone 3G, entre outros, são smartphones.
Por: Erick Oliveira